A civilização francesa remonta ao processo de chegada de tribos célticas à Gália, que corresponde aproximadamente ao atual território francês, no século IX a.C. Em 121 a.C. os romanos ocuparam Marselha e fundaram outros assentamentos no interior, constituindo assim, base territorial da província romana em Gália, Porém, encontra resistência de um chefe gaulês carismático chamado Vercingetórix, mas foi obrigado a render-se para evitar que seus homens perecessem de fome. O imperador romano Júlio César derrota os gauleses e conquista a região em 51 a.C. Os romanos dominam a Gália até o final do século V, quando a região é invadida por tribos bárbaras.


 Vitória de Samotrácia - 220 a.c.
 No final do século V, sob o comando de Clóvis I, neto de Meroveu, os francos tornam-se senhores de todo o país, que se converte ao catolicismo. No século IX, com o Tratado de Verdun, que definiu a partilha do Império Franco, o rei Carlos Magno torna-se o imperador do Sacro Império Romano Germânico, que abarca as atuais França e Alemanha. O império desmembra-se em domínios feudais após Carlos Magno.

Filipe II também chamado de Dádiva de Deus ou Filipe Augusto, foi o Rei da França a partir de 1180, foi um dos reis mais admirados e estudados da França medieval, não só pela extensão do seu reinado, como também pelas importantes vitórias militares, pelo aumento dos domínios da coroa, principalmente à custa dos reis da Inglaterra, e pelo fortalecimento da monarquia contra o poder dos senhores feudais. Utilizava todos os recursos possíveis para alcançar seus objetivos: uniões matrimoniais, negociações e guerras. Consegue desmantelar, para seu proveito, os reinos de Flandres e de Champagne. Com a captura de Ricardo Coração de Leão, em regresso de uma cruzada, por Leopoldo V, duque da Estíria e da Áustria, este o enviou para seu inimigo, Henrique VI da Germânia do Sacro Império Romano-Germânico. Para a sua libertação, foi exigido um resgate de 100.000 marcos de prata, e mais 50.000 marcos para ajudar a conquistar o reino da Sicília.

Filipe aproveitou a situação para negociar algumas terras na Normandia e em Touraine, com João Sem Terra, o irmão mais novo de Ricardo, pouco interessado no regresso do rei da Inglaterra. Com a volta de Ricardo em 1194, os dois soberanos se enfrentam em violentas batalhas que terminam na morte súbita de Ricardo.

O rei inglês Eduardo III, em 1337, reivindicou a condição de herdeiro do trono francês, por ser neto de Filipe IV, como filho de Isabel de França, levou os dois reinos a entrarem em conflito, a França e a Inglaterra se veem envolvidas numa disputa territorial que ficaria conhecida como a Guerra dos Cem Anos(1337-1453).

Sob inspiração de Joana D'Arc, os franceses derrotam os ingleses em Orleans em 1429. Em 1431, Joana D'Arc é queimada como herege em Rouen. A França sai vitoriosa do conflito, no fim do século XV, com a conquista da Bretanha e da Borgonha, o território francês aproximou-se da atual configuração.


                                                                                                       Catarina de Médicis

Em 1572, a rainha Catarina de Médicis ordena o assassinato de huguenotes (protestantes), o que ficaria conhecido como o Massacre de São Bartolomeu. Em 1598, o rei Henrique IV, fundador da dinastia Bourbon, restabelece a paz religiosa com o Edito de Nantes e enfraquece o poder dos senhores feudais. O prestígio da França cresce no período de influência do cardeal Richelieu, primeiro-ministro do rei Luís XIII entre 1624 e 1642, que consolida o absolutismo e leva a França à guerra contra a dinastia austríaca dos Habsburgo.

No reinado de Luís XIV, o "Rei Sol" (1661-1715), foi o Rei da França e Navarra a partir de 1643, o absolutismo chega ao auge, mas as sucessivas guerras expansionistas minam a supremacia francesa na Europa. Sob o reinado de Luís XV (1715-1774), também conhecido como Luís, o Bem Amado, desenvolveu as ideias do Iluminismo (Voltaire, Diderot, Rousseau), que combatem a intolerância religiosa e o absolutismo. Durante seu reinado, Luís XIV devolveu os Países Baixos Austríacos de volta a Áustria, cedeu a Nova França na América do Norte depois da Guerra dos Sete Anos e acabou incorporando os territórios de Lorena e Córsega ao Reino da França.


                                                                                        

                                                                                                                  Luís XIV "Rei Sol"

Luís XVI enviou navios e tropas para ajudar a Revolução Americana (a luta pela independência dos Estados Unidos). Fez isso porque queria causar problemas para a Grã-Bretanha. Obteve sucesso, mas o esforço custou mais do que o seu reino poderia pagar.

A situação político-econômico era crítica, Os nobres sendo sustentados pelo trabalho de 98% da população, para se ter uma ideia, os camponeses pagavam cerca de 80% de sua renda em impostos. Os gastos excessivos com intervenções militares em conflitos externos, uma forte seca que quase acabou com o rebanho bovino e os péssimos resultados na safra agrícola elevaram brutalmente os preços dos alimentos, fazendo a fome se alastrar. A ideia de a nobreza começar a pagar impostos foi rejeitada. Com o agravamento da crise, Luís XVI convocaria os chamados Estados Gerais pela primeira vez em quase 200 anos para discutir soluções. Como as soluções não vieram, foi criada uma reunião independente do terceiro estado, Incapaz de dissolver a reunião, o rei ordenou que os outros dois estados se unissem a ele, e enquanto isso convocou o Exército para sufocar o que via como uma sedição.

O rei foi acusado de traição, grande parte da população se revoltou, uma multidão invadiu os arsenais do governo e se apoderou de cerca de 30 mil mosquetes, rumando depois até a Bastilha, antiga fortaleza onde o governo encarcerava os opositores, e tomou-a após algumas horas de combate. Em 1792, nasce a 1ª República. O rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta, condenados por traição depois de tentarem fugir para a Áustria, capturados pelo povo e conduzidos ao palácio, foram guilhotinados em 1793.


                                                                                   

                                                                                                                Robespierre

Maximilien de Robespierre e os jacobinos impõem o terror, primeiro sobre os contra-revolucionários, depois sobre jacobinos dissidentes, mandou executar Georges Danton, que propunha um rumo mais moderado para a revolução. Neste mesmo ano, Robespierre tornou-se Presidente da Convenção Nacional. Em julho de 1794, um golpe planejado pelos Girondinos para reconquistar o poder acaba com o Comitê e Robespierre e seus aliados são presos e condenados à guilhotina. Com os girondinos assumindo o poder e começam a instalar um governo burguês na França em 1795. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico.

O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assume o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura. O general Napoleão Bonaparte restabelece a estabilidade política e se faz coroar imperador da França em 1804, com o título de Napoleão I. Seu governo é autoritário, centralizador e expansionista. As guerras napoleônicas levam a aristocracia européia ao pânico, até a derrota de Napoleão por tropas inglesas e austríacas na Batalha de Waterloo (1815). É restaurada a dinastia dos Bourbon entre 1815 e 1830. Uma revolução popular, em 1830, derruba o último Bourbon, Carlos X, e leva ao trono um Orleans, Luís Felipe I.

                                                                

                                                                                                                        Felipe I

Em 1848, uma nova revolução, que traz o advento do movimento operário na História européia, instaura a 2ª República. Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão, é eleito presidente. Em 1851, o presidente dá um golpe de Estado e no ano seguinte torna-se imperador com o título de Napoleão III. O regime imperial liberaliza-se lentamente e acelera a revolução industrial na França. Provocado por Bismarck, chanceler da Prússia, Napoleão III arrasta a França à Guerra Franco-Prussiana (1870), na qual é derrotada e perde Alsácia e Lorena para a Prússia, provocando a derrubada do império e a instauração da 3ª República.

A França emerge economicamente devastada pela 1ª Guerra Mundial (1914-1918), apesar de estar ao lado das potências vitoriosas. O país recupera a Alsácia-Lorena. A 3ª República é duramente afetada pela crise mundial de 1929 a 1930. Entre 1936 e 1938, o governo da Frente Popular (uma coalizão de socialistas e comunistas) introduz direitos trabalhistas.

A França declara guerra à Alemanha em setembro de 1939, depois que Hitler invade a Polônia. Em 1940, tropas alemãs invadem a França. O país é dividido em duas zonas: uma ocupada diretamente pela Alemanha e outra administrada pelo governo colaboracionista do marechal Philippe Pétain. Em Londres, o general Charles de Gaulle conclama a resistência contra os nazistas. O desembarque de tropas aliadas na Normandia (junho de 1944) dá início à libertação da França.


Paris ainda conserva o charme de sempre nos arrondissements boêmios, os preços como sempre elevados, a invasão de imigrantes é uma cicatriz na cidade luz, a proliferação de favelas nos arredores da cidade continua aumentando, evidenciado um grande numero de pessoas pelas calçadas solicitando ajuda para sobreviver, pessoas necessitadas dormindo em praças, jardins e nas ruas, esta instabilidade vem desencadeando uma segurança reforçada. Sob um olhar crítico é perceptível uma limpeza pública deficiente, principalmente nos arredores e bairros não turísticos. Temas como "Paris a caminho da decadência" é mais comum do que se imagina, pode ser facilmente encontrado em jornais locais.


FOTOS PARIS 2017